quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

relato de um deriva(do)

.....tum tum tum tum tum tum......

meu coração não se cansa de mostrar-me com seu som e seu pulsar que ele segue vivo, está lá.....

a todo instante, a todo segundo.

isto não é coisa pouca,

viver na plasticidade do encontrar recheado de significados..sem garantias....sem controlares...

desperto-me à elucidação dos sentidos transmitidos por queridas almas...

finquei meu ancorar neste sonhar concreto...alcancemos juntos nosso continente.

aceitemos o natural de uma nova rechegada,

tum tum tum tum tum tum.....

..que bom que está aqui....

reapresento-me ao seu tocar, 

permito-me ao estar

tum ...tum...tum.....

mesmo na existência efêmera de uma possível eternidade

retorno a ilusão do primeiro aspirar do meu nascimento...

ffffffffffffffffffffffffffffffuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

como banhar-se em banhos gelados

gelados lá dos rios do una

....

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Tive a oportunidade do entrar,
Pedi licença ao espaço, respeitar o acolher,
Significar o sentido do lugar,
Experiências do limite tênue entre o estar e o estado,
O balanço e o balançar,
O vento e o soprar,
Portal do germinar –sementes... florescer sonhares...
Que se convida, que se esconde, que se abre,
Como em contos e lendas,
Como na quentura do asfalto,
Um mundo novo se construiu, com seus mistérios, seus encantamentos e significados,
Momentos do registro do primeiro contato, assim como  fez o homem ao pisar na Lua ou então ao encontrar as Índias,
Um pouco com medo, um pouco excitado.
Gigante com a imensidão das possibilidades
Particular em todas as suas unidades,
Vontade então de escrever palavras marcas
Marcas de peso, de tinta no papel, 
fir. mares simbólicos
De poéticas de encontrares

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

.......a definição "maestro"........ para a arte do tornar-se.......um pouco de tudo, um pouco do nada em italiano ou em espanhol......ou em braile....
...
.pensas que és mais próxima a desta essência do que a um de um professor possa ter..... aquele que amplia e provoca na tentativa da legitimidade.....como em uma teia de .........palavras, amarradas no tempo do papel cansado que suga e suga até o ultimo instante.... ao descolar-se de suas primas folhas ....do conflito eterno da ponta da caneta de pena molhado pelo papel que solta..... no movimento da inércia....
como nas muitas leis da física.....fisis secas, lágrimas vapores!

...o des. telhar de muitas casas, abaladas..desabadas, desconfiguradas.....estranham o chão da terra, sentem o peso da argila dura...despedaçando-se pelo ar.


...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

"A Educação do campo precisa ser uma educação específica e diferenciada, isto é, alternativa. Mas sobretudo deve ser educação no sentido amplo de processo de formação humana, que constrói referências culturais e políticas para a intervenção das pessoas e dos sujeitos sociais na realidade, visando a uma humanidade mas plena e feliz" * Por uma educação do campo, pag. 23

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Na desconstrução do amor, no descaído angelical de um beijo, Não há morte mais simples ou outra grande razão... Mas que valha cada dor pelo palpitar, pelo enraizar de uma pequena floresta, Pelo toque das asas de um beija-flor, pelo gotejar de um pinguinho, Pelas coisas simples... a busca incessante de nossos olhares....desejos imensos sem fim, Na voz de uma sanfona, pela força de um dia nublado que venceu o sol, Reservando seus raios.... dos teus toques sinto muita falta, para nos seus cabelos me perder... dividir seu perfume e sua eternidade..... Trovejar até amanhã, deixar cair, deixar chover... Sentir a dor do amor....da comunhão singela, atrás de todos, atrás do palco em dia de samba.... só o existir de nós dois... Pendurado nos varais de qualquer quintal, de qualquer cidade abençoada pelo manto da lembrança da saudade de amar. É disto que falo, é disto que busco....é disto que sigo....meu amar nu, meu amar só...desejando você.

linha d

Neste exato instante, naquele cidadela encrostada nas falésias de Mali, o hotel velho do centro, com seu cheiro podre de mofo, com seus carmins desbotados..muito mais do que aqueles dourados a densidade da tarde é cortada pelo zunir quase como um zíper, bisturizando o tempo e o espaço em dois, fatiando para um nível a areia e para o outro ... o seu sol ...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ultrapassei as areias do deserto em tons adobe claros e incertos ostentando na mão sangrenta as ternuras do orvalho, como se em um passe de mágica tudo parasse, tudo não respirasse.... abri as portas daquela cidadela esquecida por seus portões de cobre cujo ranger impregnou-se no vazio do ar quente e desbotado do pátio mergulhei-me imperceptivelmente em seu ventre-deleite, matutino sob a luz de um novo dia sob as barbas do recomeçar de uma nova aurora....

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Desapego

Que pasa na terra que brota na secura marcada na pele. jorra histórias de dolor.......de sangue misturado com poeira e solidão. A língua é mantida viva nos tempos novos partilhados com ovelhas e teares..... ...."La Pachamama". Presenteia-nos a cada dia com suas colores, suas raças se apresentando toda um pouco mais, desconfiada pelo estrupo original e contínuo, dilacerando sua paciência...seus filhos.. Verdes lindos campos com tons complementares de vermelho escarlate e um azul royal que impressiona... ....Terra sagrada de Marawa

terça-feira, 12 de junho de 2012

chá da tarde

testava o peso do mundo tocando os seus imensos cílios de gente
seu corpo mundano com feridas escarlates abertas para o puro contemplar
Disse-me: "Olhe pra estas escaras! Elas são suas, abriram-se por você"
Sinto o peso do mundo,
por que será que a coroa significou tanto em sua têmpora?
do lado de lá do rio tudo parece mais tranquilo, mais amarelo,
um som doce e graciosamente envenenado emana para me buscar
como se eu desse ouvidos...dar meus ouvidos seria um troca justa? Parece que sim
como uma moeda valiosa, reluzente ao brilho do olhar mercantil, pesado na balança
já sei -"Darei como deu Gogh?" - simplesmente ofertou o escambo para não ouvires mais o lampejo fúnebre
do outro lado do rio
do rio, de lá testam o peso do nada e de cá, o teste, é o tudo que pesam.

- Uma xícara mais por favor, completou a triste senhora
e ainda - Que destes tristes campos em teus sonhos, ficarei contigo até o acordar


sexta-feira, 1 de junho de 2012

...é a segunda vez que encontro um parafuso solto no ônibus. Novamente ele se mostrou, em puro ferro denso e desgastado pelas barbas da ferrugem....solto no chão, balançando no itinerário que faz, pegando carona com meu olhar. Cena que mostra algo possivelmente fora do lugar, tempo aparentemente normal, uns entram uns saem...... mas que um parafuso faz falta pra alguma coisa, talvez algum motor, alguma poltrona, faz falta sim...
A rebeldia e a cara de pau deste parafuso lá....podia ter saído, podia ter sido jogado.....não, nada disso. Ficava lá no afrontando a tudo e a todos....é a segunda que te encontro...decifrando seu sinal....

quarta-feira, 11 de abril de 2012

maresia

testo a trama que teço ....testo a trama que deixa...
deixa passar as areias......as areias que são levadas pelo mar....
cada grão que passa no vão.....vão grande que passa a água...
vão pequeno que pega o peixe......vão certo que corta a mão...
trama de ranços, de nós,de tensão.....mas a água vai levando....
para bem longe...enquanto chegam novos visitantes......parando em seu abraço...
chega a hora de subir, de secar novamente, ser usurpado do próprio suor...
quebro, arrebento, estico......amarrado fico, jogado ao sol!!!
o próximo deixar.....deixar molhar...molhar de deixar...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ferindo

trás a tona desejos insaciáveis...indecifráveis...
joga pra trás cada segundo...levando a vida de forma insegura...
certo de que o escudo protetor o abandonou, não quis mais....não retornou...
pela janela aberta, pelo vento que bate o trinco, pela parede descascada...
deixou todo o pranto...toda a fome...toda melancolia da nuvem...
toda sintonia da flor....foi louco fui louco.....
o frio do outono conforta este tempo, este lugar....
as pétalas amarelas caindo no chão......tentando seguir sua pegada veloz.....
a cada canto a trilha se abre, levantam-se gigantes, leões.....
.....indecifráveis vão se tornando os segundos inertes de potência, de zelo
segundos zelosos não movem o relógio, no pulso de ninguém......

segunda-feira, 5 de março de 2012

brincar de netuno!

Afundo,
Afundo,
chego mais ao fundo!
Fundo do mar, fundo do estar....fundo da piscina, não importa! Certo é que afundo...
Paro um pouco ... deixo o observar do silêncio, só ele faz presente....metros abaixo da superfície sinto-me ao revés..
Deixo o topo onde o lá embaixo observa,
O topo era claro e quente; vai ficando para trás, para o alto...desço cada vez mais e mais...
A água é fria, cristalina quase transparente.....azul gélido....azul pálido
Estou envolvido, posso sentir isto em cada parte do meu corpo,
O peso do empuxo, o flutuar da alma,
Não pertenço a este lugar.....mas observo. Suas paredes cinzas estão no contorno lateral, sem as mesmas ao fundo,
Envolto flutuante....agora posso voar, ecoar no silêncio....
Paralisei o tempo, paralisei as horas, reservei o meu lugar, mesmo que dure pouco, poucas horas,
Poucos segundos...mas é meu, foi meu..
Basta!
Meu corpo me lembrou...preciso respirar o vento que não me toca mais....

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

onde as sereias se escondem

mareia o mar no maremoto,
mar no maremoto fica confuso porque não sabe se une ou se separa ao vento,
se continua batendo nas pedras feito uma criança furiosa sem o seu amparo,
continua a cuspir suas ondas sobre o calçadão,
seus peixes não entendem tremenda tormenta,
a água é vítima e arma de tanta fúria, é com a água que vinga-se o mar, as fadas, as sereias
que por um instante, vigam-se pelos tantos marinheiros que não conseguiram puxar, por não fazer tantas viúvas em seu lençol,
de tantos barcos que não conseguiram tragar,
de tantas velas que não conseguiram rasgar,
nesta tempo sombrio...de frio e de pele enrugada... enxarcada,
minha pele escamoteia, minhas vestes confundem-se com a areia molhada; não existem mais os castelos na praia, foram invadidos pelo mar revoltoso, impiedoso, não convidado...
até meu chapéu eu perdi dragado pela maré que devora-me minha alma, chicoteia meus pesares,
imagino os cardumes neste balançar quase materno só que de algo bruto como meus tios,
onde as sereias se escodem ou se é que se é que se escondem!
maré,
moto, ..........notei