quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Soubesse

Se ela soubesse o que se passa
Se ela soubesse o nome do tufão
Se ela soubesse o tamanho do rio Solimões...

Talvez entenderia o transtorno, talvez não!
Só sei que se ela soubesse, ai se ela soubesse
A imensidão pesada, a dor nas costas, a ira solitária dentro de um lago quieto

Se ela soubesse o caminho que nem eu sei
Se ela pudesse saber o que eu mesmo nem sei
Se ela abraçasse o abraço que quero

Talvez ajudasse, talvez a ajudasse, talvez me ajudasse a desvendar o mistério

Ah se ela soubesse

terça-feira, 28 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A passagem do reconhecimento para a carência....

Trilha para este momento


Grande noite. Estrelada? Lua cheia? Amorosa?

Não!!!

Mesmo assim ela foi grande...  foi imensa, fria. Foi sem proteção!
Senti o peso do escuro, seu vento gelado, busquei proteção.
A consciência estava já presente, percebia a "tragédia" cíclica. Esta noite não, não tive o que queria.
Ela por um lado me ajudou a não me culpar, a idealizar. Fui real, não reprimi, não me vesti...mostrei a reação que antes mascarava. A "Bal masque"ficou sem um integrante...
Corri, fugi, tentei por alguns segundos chantagear, o banho veio...a calma e a ponderação. Ufa...a ferida não foi coberta...ainda bem. Não tive socorro, não tive colo, não tive nada....essa noite não era mesmo minha...não era pra mim...não podia ter...
Senti novamente a noite pesada do mundo, o peso do espaço nas minhas costas sem proteção. 
Imóvel fiquei, sem piscar, sentindo a tristeza pesar.
Percebo um novo mundo, algo um pouco familiar, porém muito estranho. Desconheço.
Há muito tempo não me sinto assim, talvez como um filhote que chega a um lar novo...ele não quer largar o seu sono, sua ilusão. 
O chão é gelado, aspero! Enraízo...sigo andando...
Devagar...mais devagar que o tempo das raízes buscando água...
Ela se acostumou à terra estranha e inóspita. Ergueu-se sobre seu corpo um império...
Carência...transição do reconhecimento para a paz da aceitação da realidade...
busco
Chego...

sofro

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como viver sem ser reconhecido? Isto soa muito estranho para mim! Por que preciso disto? Já isso me parece óbvio!

Óbvio e dúbio também já que quando penso em tudo isso, percebo que sempre me incentivaram a isso e, para não me eximir da responsabilidade também, eu adoro essa sensação. Adoro por que?

Um dos caminhos é que construi minha essencia na delícia de ser o centro...de tudo, um estilo andrecentrico de ser...foi-me dado, alimentado e incorporado!

Agora começo a vasculhar as estradas para esse entendimento e percebo alguns sinais importantes. Por que, então, sou insasiável? Já que me esbanjei de muito afeto, por que sempre quis mais e não contentei com que já tinha...sempre me iludi por mais, não cuidei do que tinha...

Percebo que a maturidade me trouxe coisas ótimas como a segurança. A segurança foi na verdade fundamental já que, nos tempos da escola, adolescencia e inicio da "fase" adulta era muito inseguro.

Desde o periodo das verdinhas, já não é mais assim. Minha segurança veio, pouco a pouco, me reconquistando!

Ela apareceu associada as demonstrações de icentivo sobre mim mesmo...Voltei a acreditar...."Tenho fé"

A fé era oprimida pela insegurança...

Hoje, percebo a dinâmica. Percebo a razão do início do meu egoísmo, ansiedade, falta de cuidados, respeito e valores! Me coloquei novamente no trono, sou rei...penso que sou na verdade, mas na hora que penso me sinto como tal.

Isto é apenas um início, inicio com menos culpas, mas com mais medos... A leveza me toma pelo entedimento...sigo caminhando...passo a passo....

Um ponto agora é não deixar me culpar, fazer que aumente minha ilusão, venerar algo que não sou. Sou tentado desde sempre a não validar minhas ações, significa-las no pejorativo social...elas não se enquadram realmente...Porém, elas são minhas expressões, minha identidade, algo que sou...

A idéia da compreensão me conforta, é nisto que me sustendo, não na ilusão, mas justamente no meu entendimento me possibilitando a ser feliz...melhor FELIZ.

Volto a questão da segurança e sua relação com meu momento agora...Sinto fome pelo reconhecimento, algo que preenche um vazio de anos sem contato com o inicio, com o ouro, com o centro...De certa forma, fui resgatado para voltar a condição de onde, acho eu, nunca quis ter saído.

Por que sofro então? A resposta está na minha não aceitação desta condição; julguei-me, percebi um lado não tão belo nesta história. Poderia ser como alguns são e sabem que são. Algumas pessoas que não idealizaram outro ser, outra posição. Conhecidos que estão também neste centrismo alucinante mas parecem que não sofrem desta condição, pelo contrário, exaltam a todos os cantos... Por que desejei e ainda desejo o impossível? Sou fadado a esta condição? Tenho medo...mas que merda, por que me vem o medo? Estou na dúvida se existe transformação ou se existe aceitação...será que pela aceitação...chegaremos na transformação?

Tenho fé

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Covas

Percebemos como somos tratados diariamente?

Podemos reclamar das autoridades, dos onibus cheios, do calor desertico, do desrespeito quase que universal, enfim, de tantas coisas que atualmente nos chateiam...outros preferem outras saídas. Se calar como que, dizendo para o seu íntimo, seu interior...

"De que me adianta isso tudo, prefiro a poupança de palavras, não as gaste ainda".

A letargia consolidou-se, generalizada, sem perspectivas imediatas para o açoite. Isto quer dizer que ainda suportaremos mais indignações. Ainda há espaço para estes tratamentos...Existe ainda um vazio. É tempo para isso...

A certeza da virada é presente, como as iniciais pegadas de um lagarto em dia de sol! Julguem o necessário, façam as apostas... ele, ao meio dia, é Rei, ele observa!

A alternância chegará, como um galo vermelho desbotado, marcado e faminto...Cortará cabeças, bicará a velharada...comerá seus filhos....inoculará seu veneno temido...não como agora, bem diferente, bem pior!

Viva! Transvestiram-se com algo diferente, mudaram frases, deturparam conceitos....estupidos dos que não perceberam ou fingem não perceber.

No cemitério ainda restam covas....

Ainda acredito na História.