Das terras alentejanas o perfume seco da última árvore anciã fez-se perceber,
Perfume ocre dos solos que ergueram o império desta árvore,
testemunha do tempo.
Levantou seus troncos no barro seco extraindo o essencial,
Doou a vida toda.
Deu-nos frutos de poucos sabores,
Árvore espírito,
A terra cobrou seu retorno,
que fez involuir a amplitude voltando ao horizontal, ao reto.
A sustentação foi ficando insuportável.
Gratidão pelo acolhimento em seu lar de sombrosas copas,
que deixaram-me crescer livre demandando sempre mais,
Obrigado por me ensinar a firmeza do doar e a a leveza do sonhar...a realizar.
dessas terras lusitanas o fado começou a tocar mais alto,
lastimando a queda dessa quase centenária estrutura
oceanos divididos,
Do teu barco vieram esperanças; ascendência de teus pais navegantes,
seu tronco envergou,
seu apego foi tamanho.
Filha da resistência e de sofrimentos calados.
Segue teu rumo, ó grande árvore.
Que de tuas sementes brotaram florestas.
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