através das camadas e mais camadas de terra e poeira, o antigo é desvelado.... é reconhecido.
assim trabalham aqueles que significam a arte do passado, esquecidos em seus locais, suplicando a presença do incógnito.
mundos estão lá, no infinito de nossa incapacidade de conectar...hermeticamente isolados em suas gruas, em seus postes, em seus vitrais.
dou alguma forma aos sentimentos dos gargulas que, exaustos vibram ao novo ar, camada por camada.
construimos, significamos, vivenciamos. Os segundos ganham peso quando concentrados e neste processo condensamos linguagens...
minha antiguidade é lentamente revelada....cada etapa é ligada como um elo. Porém, não escuto mais os primeiros.
minha regra vem de controle que por sua vez vem de insegurança....que exala o medo de exposição, de algo íntimo,só meu,único....revivenciando assim o choque da humilhação; volto ao tempo onde o lago transbordou após a longa chuva. Chuva molhada, chuva pesada que de tanto cair, expos os peixes ao solo, pós transbordamento.
lembro daquilo, escondido através das ruinas de minha memória condesada.
já havia me esquecido dos detalhes, do tempo chuvoso, do cheiro da chuva, do cheiro da exposição...
ligado os elos, ponto a ponto começo a reconectar a humilhação.
O grito em vão profanado não obteve fim, não ecoou, não reverberou....saiu e não retornou. ficou só aguardando o retorno, abandonado no tempo dos peixes fora do habitat, sob o estrondo dos trovões.
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