segunda-feira, 27 de maio de 2013

MOLDURA DO ACOLHIMENTO

COMO NAVEGA O BARCO MAREADO

EM CINZENTAS NUVENS DE MESMAS TARDES

BALANÇA NO HOSTIL OCEANO TURMALINA

QUE COSPE SUA COR ARREGAÇANDO OS MASTROS

DILACERADOS FICAM OS VENTOS


QUE BUSCAM UM VAZIO DE ACOLHIMENTO

E TRAZEM CONSIGO ELEMENTOS DISTANTES

DE TERRAS QUAISQUER

NIDIFICANDO SUA REVOLTA NA PROA DA EMBARCAÇÃO

VENTOS QUE EXIGEM MOLDURAS

NADA MAIS QUE UM SUPORTE SEGURO

PERÍMETRO DE REVOLTAS

 E ASSIM SEGUE  O BARCO MAREADO

CONTEMPLANDO  A SUA CONDIÇÃO


quinta-feira, 11 de abril de 2013

sem presságios

o tempo líquido esvaiu-se por entre dedos infames e famintos,
carcomidos pela ânsia jovial,
pequenas prensas naturais,
que  me mostram a ampulheta que não diz mais nada agora.
Todos se foram.
nada mais ficou
o âmago do corpo oco, que acolheu dandoss forma,
dando lar,
soltou seu véu em vários firmamentos,
todo em lá menor,
silêncio pálido que se forma entre as vestes ao léo,
do rubro fim de tarde. Frio e escarlate.
não restam mais abraços;

Buscada solidão indigesta,
retiraram os talheres
sobrou o ato,
degluto





quarta-feira, 20 de março de 2013

pastos do sul

cultivei toda minha idade em terras encharcadas,
cultura de prantos, cultura do pranto,
não brotava nada,
o caminhar neste tempo era tenso quase úmido. Quase com medo de escorregar a qualquer hora,
quase,
agonizava mas que não morria,
rasgava mas que não deixava cair,

assim aprendi a compreender meu pés,
linguagem dos passos,
deles ouvi histórias de conquistas e outras de lamentações,
registraram todas minhas fraquezas corporais,
meus calejares,
meus escorregares,
então olhei para baixo desapegando de minha sentinela vaidade,

a insalubridade do terreno acolheu meu peso,
não escolheu, só o acomodou ofertando seus próprios moldes,
ganhando formato deixando seu perfumado rastro gelado,





segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Estremece o fardo de trigo recém beneficiado
aguardando o tempo cultivar seus amarelos tons do sol
em ritos antigos que ecoam o tempo dos sibilares primaveris
existia alguém responsável pelo colher e que não estava mais lá
sua presença ainda era percebida pelo respingos de proximidade do manto quente do existir
que atropelou o tempo presente consolidando assim o risco, o rastro, o rasgado!

O limite então foi decretado comensalmente como conecto
mesmo ciente da não garantia da dimensão de sua faculdade inteligível!

Seu telescópio virou-se pra terra deixando de lado os mistérios dos céus
duelando com  cada gole da cachaça sulfúrica que aniquilava o segundo
tornando a liberdade, mesmo que efemera, possível ludicamente
mas deixando tenso o instante gélido entre o estar e o estado,